A ausência das tuas mãos doces

Desde que te conheci, tenho descoberto várias formas de dor, todas elas derivadas do amor que pavimenta a nossa calçada: a dor de quando nos despedimos a primeira vez que nos vimos, em que o teu cheiro ficou entranhado em mim durante dias, até eu o não lembrar mais; a dor de não te ver há não sei quantos pores-de-sois; a dor de te deixar, outra vez, agora estimando-te mais que na vez anterior; a dor que recomeça após o primeiro pôr-de-sol sem te ver -e não sei se dói mais no primeiro pôr-de-sol, em que a contagem da tua ausência começa novamente, ou se doí mais no 57º pôr-de-sol sem te pôr a puta da vista em cima, nem vislumbrar na penumbra a hora de pôr, ou se, na verdade, não doará mais no 83º pôr-de-sol sem te ver e último até voltar a contemplar-te, uma vez mais.

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